Mais
uma noite me flagro pensando no que você me disse. E em tudo que passamos
nesses meses, em como você conseguiu me fazer feliz. Lembro-me das tuas
palavras e parece que elas atravessam o meu peito como as flechas de um caçador
atravessam um coelho. Sinto-me tão indefesa e assustada. Você
surpreendeu-me com suas declarações e seus gestos, naquela tarde sombria. O
medo que demonstrou sentir com a hipótese de me perder, tanto para um cara
qualquer, quanto para o esquecimento. Senti a dor em sua voz e isso me fez mal. E
eu? Bom, fiquei estática, torcendo para aquilo ter sido apenas um pesadelo, e
quando percebi que não havia possibilidades de ser um pesadelo, engoli minhas
lagrimas e dei força para você continuar com seus sonhos, não ‘parar’ sua vida
por mim. Mas isso doeu mais do que eu esperava, não era como estar aconselhando
mais um dos meus amigos problemáticos, que nunca souberam o que deveriam fazer
da vida deles. Meus
sentimentos também estavam em jogo naquela conversa, acho que foi isso que mais
me assustou, alguém ter despertado em mim sentimentos que eu esperava não
surgirem tão cedo. E essa pessoa simplesmente partir. Não para outra cidade,
nem outro estado, mas sim para outro país. O que ira nos separar agora, não
serão apenas alguns quilômetros, mas sim o Oceano Atlântico. Já
lhe contei que não sei lidar com perdas? Nem com despedidas? Se eu não contei
estou contando agora. Simplesmente não quero lhe perder, tenho medo de que
quando você partir esquecer que estou aqui e que de um modo meio estranho
estarei lhe esperando. Não irei lhe prender a mim, no tempo que estiver lá, mas
não quero que você não me de noticias nesse meio tempo. Engraçado, quando
escrevi ‘de um modo meio estranho’ me lembrei do fato que tudo entre nos é
estranho, mas é o nosso estranho, afinal somos diferentes da maioria dos
casais. Acho que isso, esse relacionamento maluco que temos, vai durar apesar
de toda distancia que terá entre nós. ~Alice
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